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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Valdemar Caracas: Um Grande ícone da História do Ferroviário Atlético Clube

                                                  Por Pedro Cidade
Valdemar Cabral Caracas que nasceu no dia 9 de novembro de 1907 e faleceu no dia 14 de Janeiro de 2013, fez história e se tornou uma lenda no Ferroviário Atlético Clube, afinal os torcedores corais tem muito  o que agradecer ao cara que ajudou a fundar a equipe do Ferroviário no dia 9 de Maio de 1933.  Para quem não sabe ele já foi treinador da Equipe em 1945, ano em que o Ferroviário conquistou o seu primeiro titulo estadual.  Ele também teve o seu espaço  na imprensa sendo  o primeiro cronista esportivo do estado do Ceará, trabalhando na pioneira da radiofusão cearense, Ceará Rádio Clube. Foi repórter, comentarista e noticiarista da primeira equipe de esportes dessa emissora de rádio no fim da década de 1930. Ele se tornou um profissional respeitado e teve seu trabalho reconhecido e foi chamado para ser correspondente do Jornal do  Brasil  e do Jornal dos Sports, ambos do Rio de Janeiro. Caracas também foi chefe de escritório de manutenção da RVC ( Rede de Viação Cearense)   Valdemar Caracas em momento algum esquecia o seu clube de coração  e quase sempre estava presente nas partidas do Tubarão da Barra, nem mesmo a sua idade atrapalhava sua ida ao estádio. 




Acompanhe um trecho em que Valdemar Caracas fala sobre a fundação do Ferroviário que foi retirado do site oficial do clube (www.ferrao.com.br)


Fundação do Ferroviário Atlético Clube

Vou falar sobre o Ferroviário, precisamente do Ferroviário Atlético Clube. Nascido em 1933, fruto da junção das equipes "Matapasto" e "Jurubeba", recebeu, na pia batismal, o nome de Ferroviário Footbal Clube, mas, na confirmação da crisma, fiz substituir o Football por Atlético.
Antes que me perguntem, vou dar, para vocês, esta explicação primordial. Iniciava-se o ano de 1933, quando a direção da Rede de Viação Cearense (RVC) autorizou a execução de serviços extraordinários nas oficinas do Urubu, para a reparação de locomotivas, carros e vagões, durante um expediente noturno, que começava às 18 e terminava às 20 horas. Como o expediente normal expirava às 16:25, os operários mais jovens que residiam longe dali (Barro Vermelho, Soure, Otávio Bonfim, Quilômetro 8, Parangaba, Mondubim) resolveram aproveitar a hora de folga para a prática de futebol; na preparação do campo, a relva retirada do espaço a ele destinado, era constituída de mata-pasta e jurubeba.
A verve operária, que era fértil, escolheu, então, estas plantas medicinais para denominação das duas onzenas que se defrontavam todas as tardes, no campo improvisado. As traves das metas eram roliças, confeccionadas que foram com tubos inservíveis, retirados de caldeiras das "Marias-fumaça". Com aquele "timezinho" cognominado apenas de Ferroviário, eles, os operários-atletas, ou melhor, pebolistas, foram aos subúrbios onde realizaram partidas amistosas, com real proveito para a harmonia do conjunto, tudo sem qualquer interferência da minha parte.
Foi, então, que deliberei fazer dele gente, como se diz na gíria. Reuní operários, meus companheiros, promovi sessão com livro para a lavratura de atas, fiz um retrospecto da agremiação que surgia, completei o nome desta e disse-lhes da importância daquela reunião, como fator auspicioso para projeção da classe ferroviária. Era pretensão minha que tal ocorresse a 9 de novembro, quando eu completaria 26 anos, mas o entusiasmo exigiu a antecipação e não perdi tempo, marcando o dia para 9 de maio, exatamente 6 meses antes de 9 de novembro. Parti, então para a nova missão, aproveitando as horas disponíveis da minha atividade funcional.
Fui tudo no Ferroviário, menos presidente, porque nunca quis sê-lo. Fui pai, mãe, babá e, sobretudo, seu educador, disciplinando-o, pois a equipe suburbana era useira e vezeira em tomar o apito do árbitro, quando a decisão deste não lhe fosse agradável. Acabei com essa prática danosa ao seu comportamento, o time se fez clube, cresceu e está aí, vencendo os tropeços e dando alegrias a todos nós, seus torcedores.

Por Valdemar Cabral Caracas

Entrevistas com Valdemar Caracas







   Veja agora a charge Produzida pelo meu amigo: Radialista, Jornalista, Chargista e Advogado Henrique DColaboração para o blog..

1 comentários:

Leo disse...

Não sabia que ele foi o primeiro cronista esportivo do estado.